Laboratório de Pesquisas sobre Violência contra a Mulher no Espírito Santo

Projetos de Pesquisa

BRUNELA VIEIRA DE VINCENZI

LINHA DE PESQUISA: Atuais projetos de pesquisa buscam identificar e analisar questões relativas à justiça e às teorias da justiça, em especial no que diz respeito à violação de direitos de mulheres, estrangeiros e refugiados.

PROJETO DE PESQUISA: Laboratório de Pesquisas sobre Violência contra a Mulher no Espírito Santo.

Descrição: Projeto do Núcleo de Pesquisas sobre Violência contra a Mulher no Espírito Santo (NUPVIM). O objetivo do Laboratório é desenvolver pesquisa e estudos sobre a violência contra a mulher no contexto nacional, regional e local, e analisar a problemática em seus diversos âmbitos. Para tanto, intenciona-se desenvolver um sistema de banco de dados que consolide informações detalhadas sobre os casos de violência contra a mulher no Estado do Espírito Santo.

O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – 5 Igualdade de Gênero considera que a violência contra a mulher abrange qualquer ato ou comportamento baseado no gênero, podendo causar morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher. São violências contra os direitos humanos e contra as mulheres e meninas, nas esferas pública e privada.

A Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (Cedaw, 1979) e a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará, 1994) estabeleceu o compromisso dos Estados em garantir às mulheres uma vida sem violência. A prevenção da violência de gênero é necessária para que ela não ocorra em primeiro lugar. Mas quando ela ocorre, os serviços essenciais devem atender às necessidades das mulheres e meninas, e a justiça deve ser implacável na defesa de seus direitos.

A estratégia da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres no Brasil faz parte do Programa Emblemático Global da ONU Mulheres Prevenção e Acesso aos Serviços Essenciais para Erradicar a Violência contra as Mulheres e Meninas. Ações inovadoras nas áreas de arte, cultura, educação, esportes, tecnologias da informação e comunicação, mídia e campanhas são meios pelos quais a ONU Mulheres promove a prevenção da violência de gênero. Parcerias com instâncias do Estado (Judiciário, Legislativo e Executivo) nos três níveis, federal, estadual e municipal, para fortalecer a implementação das leis e das políticas públicas e a estrutura de atendimento às mulheres em situação de violência são formas de aumentar o acesso das mulheres à justiça e a serviços essenciais de qualidade.

INTEGRANTES: Brunela Vieira de Vincenzi, Gabriela Santos Alves, Catarina Cecin Gazele, Déborah Provetti Scardini Nacari, Ethel Leonor Noia Maciel, Maria Beatriz Nader, Paula de Souza Silva Freitas, Helaine Jacinta Salvador Mocelin, Elda Coelho de Azevedo Bussinguer, Leticia Molino Guidoni e outras.

 

FRANCIÉLE MARABOTTI COSTA LEITE

LINHA DE PESQUISA: Epidemiologia das violências

PROJETO DE PESQUISA: Violência contra a mulher: prevalência e fatores associados

Descrição: A violência, historicamente, está inserida no cotidiano e na vida das pessoas. Esse projeto tem por objetivo estudar a prevalência da violência e os fatores associados a esse fenômeno. Trata-se de um estudo epidemiológico a ser desenvolvido em serviços de saúde. Espera-se, com os resultados, evidenciar a magnitude desse problema e também quais os principais fatores que são risco ou proteção para a ocorrência da violência.

Situação: Em andamento.

 

ETHEL LEONOR NOIA MACIEL e PAULA DE SOUZA SILVA FREITAS

LINHA DE PESQUISA: Atuais projetos de pesquisa buscam analisar as políticas públicas de saúde em situações de emergência no que se refere ao surto do zika vírus.

PROJETO DE PESQUISA: As políticas públicas de saúde em situações de emergência: o surto do zika vírus.

Descrição: Tem por foco analítico políticas públicas de saúde em situações de emergência referentes ao surto do zika vírus e justifica-se pela necessidade de pesquisas, pois o surto têm repercussões danosas ao ser humano. Busca conhecer a percepção e as vulnerabilidades das mães de crianças com síndrome congênita do zika acerca do possível diagnóstico, das condições de atendimento nos serviços de saúde, das repercussões do diagnóstico em sua vida e das expectativas quanto ao atendimento que receberá após o filho nascer. Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e com abordagem qualitativa.

INTEGRANTES: Ethel Leonor Noia Maciel, Paula de Souza Silva Freitas, Helaine Jacinta Salvador Mocelin, Elda Coelho de Azevedo Bussinguer e outras.

 

ROSELY MARIA DA SILVA PIRES

LINHAS DE PESQUISA: Violência contra a mulher; criança; jovem negro e pobre; e LGBT.

PESQUISA DE DOUTORADO: Tráfico e exploração sexual: a imagem da ninfa em Bima Barreto e a semelhança das bailarinas italianas no Rio de Janeiro do século XVIII e XIX. Gizlene Neder (orientadora). Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Direito/PPGSD/UFF.

Descrição: A tese apresenta-se como possibilidade de análise do controle da sexualidade feminina nos séculos XVIII e XIX. Rastreamos na obra de Lima Barreto contos, entre estes Numa e Ninfa, que descortinam a relação entre tráfico e exploração sexual de mulheres; pensamento jurídico, cultura religiosa e políticas culturais de Dom Pedro II.​ Problematizamos as determinações sócio-históricas da misoginia em políticas culturais nos séculos XVIII e XIX como práticas afirmadoras de poder político. Utilizamos como embasamento metodológico o método indiciário conjugado à análise de Levi Strauss, do Mito da Ninfa, como chave de estudos do estereótipo da mulher traficada e explorada sexualmente. Narramos o tráfico e a exploração sexual em 1882, das bailarinas da Companhia Lírica italiana Excelsior, problematizando a reedição deste crime via políticas culturais que deixaram indícios na história. Como permanências, sinalizamos a campanha milionária do governo militar que via Embratur vendeu internacionalmente o marketing da mulata do carnaval em 1970. Essa política foi determinante para o aumento do tráfico e exploração sexual de mulheres do Brasil. Evidenciamos, por meio de produções artísticas, que os crimes contra a mulher não aconteceram sem processos coletivos e individuais de resistência.

PROJETO DE PESQUISA E EXTENSÃO: Fordan: Cultura no enfrentamento as violências.

Descrição: Desde 2005, o projeto acolhe famílias na periferia de Vitória/ES em situação de vulnerabilidade social e atua principalmente no enfrentamento às violências contra a criança e contra a mulher. Em 2014, recebeu congratulações e foi inserido nos anais da Assembléia Legislativa do Espírito Santo. Em 2015, foi premiado pela Pró-Reitoria de Extensão (Proex) da Ufes. Em julho de 2019, o projeto foi apresentado em São Paulo, no evento nacional Enactus Brasil, por jovens empreendedores da Ufes que estão colaborando com a sistematização do Núcleo de Empreendedorismo para mulheres em situação de violência colhidas pelo Fordan. A parceria Fordan e Enactus resultou no prêmio Liga Rookie 2019, melhores práticas.

Além disso, os dados do projeto Fordan foram apresentados em 13 TCCs de graduação e especialização, três dissertações de mestrado (uma defendida e duas em andamento) e uma tese de doutorado (em andamento), além das inúmeras publicações em periódicos e congressos. O projeto possui também inúmeras obras de artes e espetáculos de dança e cultura com a temática das violências contra mulher. O programa agrega o grupo de Dança Fordan CEFD/Ufes e os Núcleos Sociojurídico;  Terapêutico;  de Educação e Cultura; e de Empreendedorismo.

Por atuar no enfrentamento e na problematização das violências contra a mulher, as crianças e os jovens, e no enfrentamento à misoginia, ao racismo, à LGBTfobia e à aporofobia, foi necessário que o projeto buscasse incorporar profissionais de várias áreas de conhecimento para as inúmeras atividades de acolhimento.

PESQUISAS DE MESTRADO NO FORDAN PRODUZINDO METODOLOGIAS DE ENFRENTAMENTO ÀS VIOLÊNCIAS:

Corpo transgressor feminino: um diálogo com a arte na construção da mulher como sujeito de direitos (Artes/Ufes) – Rosemery Casoli;

Revitimização na escuta da comissão parlamentar de inquérito da exploração sexual de crianças e adolescentes (Sociologia e Direito/UFF) – Aloisio Carlos da Silva; e

Violência e hip hop: transformando um problema em arte (CCHN/Ufes) –  Leonardo Silva.

EQUIPE DE ATUAÇÃO E PESQUISA: Coordenação geral: Rosely Maria da Silva Pires. Coordenação multidisciplinar: Eduardo Barbosa Oliveira e Roberta Suzane Gouvea. Núcleo Sociojurídico: Roberta Suzane Gouvêa, Janilce de Souza Lan dos Santos, Sheila da Penha Vasconcelos, Adelane Rocha dos Santos e Andréia Gomes Matias (estagiária). Núcleo Terapêutico: Brenner Araujo Ecker, Lara Feliciano de Souza, Danúbia Galvão, Tatiana Sgaria Cichoni, Maria Julia Castelo Popim, Luciana Noia, Carolina Santos Machado, Alosio Carlos da Silva, Suely de Fátima Ferreira, Maria de Fátima Borges e Marina Vieira. Núcleo Cultural e Pedagógico: Rosemery Casoli, Leonardo Rapman, Paula Melissa Gouvea, Arletth Boonne, Ariadne Aryadne Batista e Clotilde de Lurdes. Núcleo de Empreendedorismo: Letícia Missias Santos, Thamyres Cintra Lemos, Thayane Cintra Lemos, Lesley Sabaini, Gabriel Carvalho Correa, Mauricio Bittencourt Pimenta, Larissa Jabour, Douglas Stein Sabino e Rogi Henriques Cezarino.

 

MARIA BEATRIZ NADER

PROJETOS DE PESQUISA EM ANDAMENTO:

a) Cidade de Vitória: história, diversidade e movimentos sociais

A produção do grupo se concentra na área de História Social das Relações Políticas, na linha de pesquisa Sociedade e Movimentos Políticos, do PPGHIS/Ufes, e abrange variadas áreas do conhecimento de Estudos das Relações de Gênero. Tem foco voltado para os múltiplos contextos sociais da cidade de Vitória e seu redor, abrangendo várias dimensões da vida cotidiana capixaba. As pesquisas desenvolvidas adquirem base para as discussões de trabalho e aprofundamento na perspectiva teórica que embasa substancialmente os resultados obtidos. Repercutem desses trabalhos a produção de monografias, artigos de iniciação científica, dissertações e teses, além de participação e organização do grupo em eventos locais, nacionais e internacionais. Alunas envolvidas (pós-graduação): Mirela Marin Morgante (lattes.cnpq.br/9969088874677105), Louise Maestri Ferreira (lattes.cnpq.br/5458132818977903) e Stella Scantamburlo de Mergár (lattes.cnpq.br/0290001745959845).

b) Relações de gênero e instituições sociais, econômicas e políticas

Os resultados da produção do grupo, que se concentra na área de História Social das Relações Políticas, na linha de pesquisa Sociedade e Movimentos Políticos, do PPGHIS/Ufes, abrangem variadas áreas do conhecimento de Estudos das Relações de Gênero. O grupo tem foco voltado para os múltiplos contextos sociais, nos quais as pesquisas desenvolvidas adquirem base para as discussões de violência de gênero, patriarcado, poder, casamento, dissolução conjugal, inserção da mulher no mercado de trabalho, política, família, educação e religião. O aprofundamento na perspectiva teórica que embasa substancialmente os resultados obtidos repercutem na produção artigos para coletâneas, periódicos, monografias, pesquisas de iniciação científica, dissertações e teses, além de participação e organização de eventos locais, nacionais e internacionais.

Alunos envolvidos (pós-graduação): Alex Silva Ferrari (lattes.cnpq.br/8064504423513405), Ayala Rodrigues Oliveira Pelegrine (lattes.cnpq.br/5013962304820267), Érika Oliveira Amorim Tannus Cheim (ID Lattes: 8355142065166994), Leandro da Silva Lunz (lattes.cnpq.br/8849009204282554), Luciana Silveira (lattes.cnpq.br/0191578231164743) e Tanya Mayara Kruger (ID Lattes: 3058919926536143).

 

MARCIA BARROS FERREIRA RODRIGUES

PROJETO DE PÓS-DOUTORADO: Vulnerabilidade Psíquica, Violência e Poder: mal-estar na civilização luso-tropical

Descrição: Este projeto de pesquisa está vinculado ao Departamento de Ciências Sociais da Ufes, ao Núcleo de Estudos e Pesquisas Indiciarias (NEI/Ufes) e ao Laboratório Cidade e Poder (LCP/UFF). A proposta é desenvolver o projeto ora proposto dando continuidade à pesquisa e seguindo as pistas apontadas no ensaio Ethos e Pathos: violência e poder em ‘Casa Grande & Senzala’, Menção Honrosa em 2008 no Concurso Pierre Fédida de Ensaios Inéditos de Psicopatologia Fundamental, da Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental, realizado na UFF em Niterói.

Especificamente neste pós-doutorado realizado em 2016, tratou-se dos dilemas e das agruras presentes na passagem à modernidade no Brasil, por meio da análise do “prolongamento geracional que identifica Gilberto Freyre como ‘homem ponte’ entre o grupo-geração de Oliveira Lima e o seu próprio” (MOTA, 2010, p. 86). Das redes de sociabilidades entre José Maria da Silva Paranhos Júnior (Barão do Rio Branco 1845-1912); Manoel de Oliveira Lima (1867-1928) e Gilberto Freyre (1900-1987). Nesse particular, destacou-se que o projeto civilizador que Oliveira Lima vive como missão é passado e aceito por G. Freyre. Destarte Freyre tenha enfrentado também dificuldades, não por inabilidade com a palavra, sobretudo escrita, em que desenvolveu um estilo sedutor ou “missionário”, digno de nota. Mas, posto que considerado traidor pela Reação Católica levada a cabo por D. Leme nos anos 1920 e pela Ação Católica Brasileira dirigida por Amoroso Lima, que o consideraram traidor, trânsfuga, e não “perdoaram” o passado jansênico herdado da linhagem materna de seu pai Alfredo Freyre e do pai intelectual Oliveira Lima, além do seu passado protestante. Nesse sentido, a marca de origem da traição herdada por Freyre retorna na sua interpretação do Brasil nos assombrando e produzindo mal-estar.

PARTICIPAÇÃO EM PROJETO: Linchamentos e segurança de rua em três metrópoles brasileiras

Descrição: O projeto de pesquisa foi aprovado no Edital Universal MCTIC/CNPq 2018 e tem como pesquisador proponente Fabio Magalhães Candotti/Ufam. O projeto insere-se no amplo campo de estudos sobre violência, segurança, justiça e punição. Seu objetivo geral consiste em compreender os linchamentos de pessoas acusadas de “ladrões” que vêm ocorrendo nas regiões metropolitanas de cidades de três regiões do país (Manaus/AM, São Luís/MA e Vitória/ES), procurando analisar esses fenômenos enquanto acontecimentos relacionados a transformações nas práticas de “segurança de rua”. Possui como objetivos específicos: a) articular a produção acadêmica brasileira sobre linchamentos com o debate acadêmico brasileiro sobre as transformações nas práticas de segurança, atentando para a questão mais sobre violência, justiça e punição, além de autoridade, sofrimento, crueldade e racismo; b) elaborar um diálogo crítico e cuidadoso com a produção estrangeira sobre linchamentos, sobretudo com estudos realizados na África e em outros países da América Latina, atentando para o debate sobre vigilantismo; c) analisar, a partir de incursões etnográficas, as transformações contemporâneas nas práticas ordinárias de segurança de rua e justiça de rua nas três metrópoles selecionadas, atentando, sobretudo, para o universo de acontecimentos que se dão na fronteira entre o estatal e o não estatal e para as continuidades e descontinuidades entre esses polos; d) a partir da construção de um banco de dados com base em narrativas orais e jornalísticas, analisar de modo quantitativo e qualitativo a ocorrência de linchamentos nas três metrópoles selecionadas na década de 2010; e e) analisar as moralidades agenciadas nos julgamentos presentes nas narrativas sobre segurança de rua e justiça de rua, atentando para o modo como aparecem diferenças sociais (de raça, etnia, gênero, geração, origem/nacionalidade, classe etc.) e para o modo como a segurança e a justiça de estado são aí elaboradas.

 

LEILA POSENATO GARCIA

LINHA DE PESQUISA: Epidemiologia e violência contra a mulher.

PROJETOS DE PESQUISA EM ANDAMENTO: Violência contra a mulher: análises de dados dos sistemas de informação e inquéritos de saúde; e Revisão sistemática sobre violência contra a mulher no Brasil.

Transparência Pública
Acesso à informação

© 2013 Universidade Federal do Espírito Santo. Todos os direitos reservados.
Av. Fernando Ferrari, 514 - Goiabeiras, Vitória - ES | CEP 29075-910